segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Abdômen bem resolvido?

Peitoral bem resolvido? 

Pernas bem resolvidas? 

Prefiro algum homem que tenha o coração bem resolvido.
Eu gosto dos homens de sorriso fácil, cujos olhos são sérios.

Eu gosto dos homens que me levam a sério, dos homens que se divertem com meu riso solto, minhas gargalhadas sem licença.

Eu gosto dos homens que gostam de mim, que me entendem de forma fácil, mesmo que nada compreendam.

Gosto dos homens que acreditam em certezas, mesmo que tenham dúvidas, mesmo que o tempo se feche, gosto dos homens que se entregam e dos que não me encostam na parede, são eles próprios a parede, onde posso deslizar feito pluma ou pesar feito chumbo. 

Não gosto de homens que gritam 'ai', prefiro a palavra feia. 

Não gosto de homens que não gostam de espelhos, principalmente os da alma. 

Gosto de homens com cheiro bom ou mesmo com cheiro nenhum.

Gosto de homens que sabem abrir a garrafa de vinho, despejá-lo na taça, que saibam abrir um sutiã. 

Gosto de homens cavalheiros, gosto daqueles que acompanham, que fazem graça, só para ouvir meu riso ou meu xingo, que carregam sacolas, que dizem 'sim',que mandam flores... que esperam pelo meu passo calmo na calçada; e dos que não se esforçam para abrir portas, gosto dos que não comparam sentimentos.

Gosto dos homens que andam ao meu lado...nem na frente, nem atrás...

Gosto dos homens que somam, que acrescentam, que multiplicam...não dos que dividem ou subtraem... 

Gosto de homens com respostas curtas, incansável bom humor, poucas promessas, mas valentes, fortes, despojados, senhores de si mesmos. 

Gosto dos homens que fazem cafuné. 

Gosto de homens educados, mas não gosto de príncipes, não gosto dos homens enciclopédia, e nem dos que fumam, dos que não praticam esporte, dos que falam alto, dos que acordam falantes, dos que não sabem apreciar o nada, dos que não aparam a barba. 

Gosto de homens que pegam na minha nuca e dos que beijam minhas mãos...e meus pés...gosto dos homens que puxam meus cabelos...

Gosto de homens que esperam a hora e a minha hora. 

Gosto de homens que procuram compreender o que é sangrar e parir.

Gosto dos homens que entendam a anatomia de uma mulher...detalhe por detalhe...

Gosto dos HOMENS LIVRES...que tem para mim TODO O TEMPO DO MUNDO.

Gosto dos homens que gostam de ser provedores, que gostam de cuidar de uma mulher, de protegê-la...de conduzi-la...gosto dos homens à moda antiga. 

Gosto de homens que elogiam minha pele despida. 

Gosto dos homens que entendem meu falatório barato e que respeitem meus profundos silêncios. 

Gosto dos homens que não me deixam ranzinza, que me distraem e dos que gostam de aprender e de ensinar. 

Gosto dos homens com palavras doces, dos calmos, mas que sabem bater na cara de qualquer safado. 

Eu gosto dos homens que me fazem rir.

Eu gosto dos homens que me fazem MULHER, PLENA, INTEIRA e COMPLETA...e que também me fazem menina.

Gosto dos homens que conseguem destruir meus muros, minhas vãs teorias, meu ceticismo, e minhas crenças erradas...

Gosto de homens-coração e não de homens-matemática...

Gosto dos homens FORTES, que me fazem sentir apenas MULHER.

Gosto dos HOMENS que me OLHAM NOS OLHOS, DENTRO DOS MEUS OLHOS...e que SUSTENTAM este OLHAR ...

http://omedodesuzana.blogspot.com

domingo, 11 de dezembro de 2011

domingo, 4 de dezembro de 2011

‎"É fácil amar o outro na mesa de bar, quando o papo é leve, o riso é farto, e o chope é gelado. É fácil amar o outro nas férias de verão, no churrasco de domingo, nas festas agendadas no calendário do de vez em quando.
Difícil é amar quando o outro desaba. Quando não acredita em mais nada. E entende tudo errado. E paralisa. E se vitimiza. E perde o charme. O prazo. A identidade. A coerência. O rebolado.
Difícil amar quando o outro fica cada vez mais diferente do que habitualmente ele se mostra ou mais parecido com alguém que não aceitamos que ele esteja.
Difícil é permanecer ao seu lado quando parece que todos já foram embora. Quando as cortinas se abrem e ele não vê mais ninguém na plateia. Quando o seu pedido de ajuda, verbalizado ou não, exige que a gente saia do nosso egoísmo, do nosso sossego, da nossa rigidez, do nosso faz-de-conta, para caminhar humanamente ao seu encontro.
Mas esse talvez seja, sim, o tempo em que o outro mais precisa se sentir amado. Eu não acredito na existência de botões, alavancas, recursos afins, que façam as dores mais abissais desaparecerem, nos tempos mais devastadores, por pura mágica. Mas eu acredito na fé, na vontade essencial de transformação, no gesto aliado à vontade, e, especialmente, no amor que recebemos, nas temporadas difíceis, de quem não desiste da gente."
"Mas de que adianta sair para festa e voltar para casa sempre com o coração vazio. Se um dia voltar para casa com o coração aquecido e com um amor desses que valham à pena, ai sim recomendarei festas. Mas não, sempre a mesma coisa: Você se arruma como se nunca tivesse sido bonito, passa o perfume mais sedutor, vai para o tal lugar cheio-de-gente-afim-de-algo, sexo provavelmente, bebe, faz charme, encontra alguém, vai para casa ou motel ou qualquer lugar, mas sempre acaba na sua cama. Sozinho. Não minto, nem sou vidente. Prefiro o conforto da minha casa a sair pelas ruas atrás de uma ilusão, no fim termino no mesmo lugar."

(Romero Miranda)

sábado, 3 de dezembro de 2011